sábado, 11 de abril de 2015

Dilema

Carreguei nos ombros nus
A densa bruma matutina
Tarefa imposta por uma noite mal dormida
Peso do qual me desfiz
Quando o sol rompeu pela tarde.
Dos olhos
Grossas lágrimas
Tanino da verde árvore
Ao corte submetida.
Nos pés arrastava
O desgosto das coisas não feitas
E o ressentimento dum passado sofrido.
Na minha cabeça
Um torvelinho agudo
Massacrando com estrondo
Qual mar nas rochas partido.
O andar em frente é recuo no tempo
Quando no recuo o sonho é mantido.
Até quando esta sede de força
Para quando a força implorada.
Esperar o sossego da noite
É dar o peito à metralha diária
Num sentir de corpo baleado
Numa vida que nunca de guerra
Mas pelejada por muitas batalhas.

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