quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Aviso

 

 

Não… eu não morri.

Um boato nunca é confirmação

Dizer porque alguém disse

Pode ser leviandade

Afirmar o que se não sabe

Jamais será razão

Para a mentira se tornar verdade

 

Não… eu não morri.

Ainda nem fiz o aviso

E porque sempre estive avisado

É em pleno juízo

Que afirmo em qualquer lado

Maior é a vida que me espera

Que aquilo que já vivi

Porque a vida é sempre

Projecto inacabado

 

Não … eu não morri.

Mas todos nos cruzamos com a morte

Mas nesse cruzamento

Sempre saí vencedor

Há quem alegue ser sorte

Porque jogo em cada momento

O trunfo que vale o amor

 

Não… eu não morri.

Pois viver é obrigação

Se vida para mim é dom

Vou caminhar nesta luz

Só fará sentido a cruz

Se houver ressurreição

 

Não… eu não morri.

Acreditem não morrerei

Se o “Mestre” morre para eu viver

Não viverei para morrer

Até porque eu não avisei

 

 

                                                                                               9 - 4 - 2012

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

A Arca da Memória

 

 

A arca velha

As recordações

O tempo de brincar sem brinquedos

A arca velha das recordações

Sem motivos lúdicos.

Uma história contada

Com atenção ouvida

Um misto de alegria triste

Tristeza inconsciente

Numa alegria reinante

Por dificuldades superadas

Cada passo uma vitória

Alento no crescimento

O físico e o outro.

As ajudas

Humana e sobretudo a Divina

A arca velha da memória

De muro facilmente transponível

Porta escancarada

Transparência constante.

A arca velha

Pintada pelo pó do amor feito vida

Partículas contagiantes

Turbilhão perene

Afagos do pensamento.

A arca velha

Caixa do tesouro da perseverança

Baú de fantasias conscientes

Realidades dum tempo sempre vivido.